domingo, 6 de março de 2011

slow attitude

Lá vai a viagem: Século 21, acordamos!! O homem alcançou as super tecnologias, velocidade máxima na produção e a infelicidade... Do ultimo século pra cá, as invenções e a tecnologia vêm avançando em velocidade de progressão geométrica! Com tantas novidades bombardeando nosso dia-a-dia, o homem contemporâneo perdeu o poder de espantar.. é isso! As super novidades tecnológicas já não tem mais a mesma graça, não enchem os olhos e já não fascinam. Pode não parecer mas essa pode vir a ser a segunda grande questão filosófica do nosso século: o tédio - pq a primeira com certeza será a ecológica.
E é por isso que as coisas simples da vida estão em processo de ré-valorização.

Em paralelo a cultura "Eco", surge a "slow" que questiona para onde vamos com tanta pressa. Um questionamento e uma crítica a corrida desenfreada das pessoas em busca de mais produção e mais dinheiro, seguindo a máxima "time is money", que só nos levou à destruição do nosso planeta, às doenças modernas - como o stress e o câncer, a violência na disputa de bens materiais e ao enfraquecimento das relações familiares e afetivas. Os seguidores da "slow attitude", não vivem como epicuristas, apenas procuram perceber e desfrutar de pequenos prazeres da vida, como um almoço tranquilo em família ou uma caminhada até o trabalho. Enfim, são sensatos...

No campo do design, os projetos que mais intrigam e emocionam são aqueles extremamente simples, os mecanismos expostos, os materiais compreensíveis, a ideia palpável. Há 10 anos atrás, eu nunca me imaginaria com mais vontade de deslizar os dedos por os veios de uma prancha de madeira que por uma laca resinada "lançamento" - e olha que eu não sou do time eco-chato. Essa mudança de comportamento e inevitavelmente também de consumo mudam o mercado e e consequentemente a industria, abrindo espaço para novos designers e suas pequenas produções comercializadas através da internet por todo mundo.

Mas não é só isso... ao passo que eu observo o crescimento do moderno e "ultimate" mercado "on-line", vejo o surgimento de compradores do mais novo ainda mercado "out-line" ( trocadilho com o termo em inglês que criei para artigos velhos, ou seja, fora de linha). O enfraquecimento do poder da novidade, viabilizou a "onda vintage" e objetos ordinários e esquecidos do passado ganharam status de peça de antiquário ao lado de cadeiras Luis XV. É como se reconhececemos que éramos felizes e não sabiamos... Uma volta percebida também no design gráfico, várias empresas adotaram novas identidades visuais retrôs. Algumas até foram mais longe, voltando no tempo para resgatar logotipos já utilizados nas décadas passadas, como fez - e muito bem - a italiana Fiat.

Agora temos nas prateleiras além dos produtos eco e reciclados, os produtos retrôs e produtos de antiquario ou "originals"(como dizem). Produtos e mais produtos.. continuamos produzindo e descartando, um ciclo tangido pela implacável moda. Somos bombardeados diariamente por tantas ultimas novidades que vão sendo absorvidas, aceitas e compradas, sem refletxão. Passa a moda, passa também a vontade de possuir aquilo -isso vale inclusive obras de arte, acreditem - e dái vem o descarte/desperdício. Essa falta de relacionamento impede que que se dê significância ao que se consome e pode-se descartar tão impulsivamente como se compra. Em caso de dano ou quebra, nem se pensa duas vezes!! Afinal consertar pode custar um bom percentual do preço de um novo, mais moderno e "da moda". Fazemos acreditando ser uma questão de economia, não consumismo, mas o é. Somos culturalmente consumistas!!!

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