Quantas vidas perdidas, quantos sonhos interrompidos, quantos corações de pais e mães despedaçados... um prejuízo que não tem nem como se calcular!
...foi preciso tudo isso acontecer para atentarmos para a situação de risco que muitas vezes nos colocamos sem preceber.
No depoimento de um dos sobreviventes, ele cita a dificuldade de evacuação das pessoas... pela lotação, falta de sinalização, falta de uma saida de emergência, e ainda por conta de um guarda-corpo ( usado como separador de fila) na frente da unica porta...
Observem que já vivemos situações parecidas:
O mesmo tipo de guarda-corpo separador de fila, encontramos na frente da maioria das casas de shows;
A super-lotação?.. nada é mais comum na nossa vida noturna;
Observar onde estão as saídas de incêndio? Nem quando a aeromoça pede;
E o alvará? qual de nós ja se perguntou se a festa tem? só pensamos que deve ter..
Outro exemplo...Nos buffets é comum tetos cobertos com tecido e piso com carpete... será que são não-inflamaveis? se não, foi aplicada solução retardadora de chamas?
...partimos do presuposto que as coisas só acontecem com os outros, isso faz de nós passivos e, o que é pior, menos exigentes. =(
Não conheço o lugar, tão pouco sei se alí existia ou não um projeto da algum colega... Mas sempre que assisto a acidentes faço uma reflexão, uma auto-critica voltada ao aprimoramento do meu trabalho.
Tantas vezes, nós arquitetos, ao faazermos projetos comerciais/residencias, nos chateamos com alguns embargos da legislação... as vezes é um espaço que se perde ou um layout que estava legal e tem que ser mudado... enfim, muito pouco perto das proporções que um simples acidente pode tomar.
O traço do arquiteto deve estar sempre carregado, acima de tudo, de muita responsabilidade.
Sermos seres também tecnicos, conhecedores das legislações de segurança, para poder aplcá-las na hora de projetar e também trabalhar junto ao cliente no sentido de conscientizá-los quanto a importancia de segui-las, é o minimo que podemos fazer à favor da sociedade.
Temos também obrigação de estudar e pesquisar nos atualizar sobre as inovações tecnológicas, tanto para o combate, como para prevenção de acidentes, e quando digo acidente... falo também dos corriqueiros - os domésticos, principalmente para resguardar crianças.
Nesse caso, a simples especificação de um material não inflamavel para o fôrro da boate, somada a existência de uma saída de emergência, como dita a lei, teria minimizado ou até evitado todo esse estrago.
Não contratar um bom profissional, que não só respeite as leis de segurança, mas saiba usá-las, pode ser um daqueles "barato que sai caro"... (e nem estou querendo dizer que essa pessoas sou eu, até pq ainda tenho muita, mas muuuuita, coisa para aprender - só me garanto na boa vontade..)
Lidar com público é uma ciência seríssima... e no caso de errar, nem sempre há segunda chance.
Brenda Rolim
com todo meu respeito as famílias das vitima e indignação aos orgãos regulamentadores e fiscalizadores que deveriam nos proteger disso tudo!
*imagens Folha de São Paulo