domingo, 27 de janeiro de 2013

LUTO

 
Hoje asistimos aos fatos, relatos e estatisticas de uma tregédia... o incendio em uma casa de shows em Santa Catarina, onde morreram asfixiados ou queimados cerca de 232 pessoas, em sua maioria jovens univérsitários.

Quantas vidas perdidas, quantos sonhos interrompidos, quantos corações de pais e mães despedaçados... um prejuízo que não tem nem como se calcular!
...foi preciso tudo isso acontecer para atentarmos para a situação de risco que muitas vezes nos colocamos sem preceber.

No depoimento de um dos sobreviventes, ele cita a dificuldade de evacuação das pessoas... pela lotação, falta de sinalização, falta de uma saida de emergência, e ainda por conta de um guarda-corpo ( usado como separador de fila) na frente da unica porta...

Observem que já vivemos situações parecidas:
O mesmo tipo de guarda-corpo separador de fila, encontramos na frente da maioria das casas de shows;
A super-lotação?.. nada é mais comum na nossa vida noturna;
Observar onde estão as saídas de incêndio? Nem quando a aeromoça pede;
E o alvará? qual de nós ja se perguntou se a festa tem? só pensamos que deve ter..

Outro exemplo...Nos buffets é comum tetos cobertos com tecido e piso com carpete... será que são não-inflamaveis? se não, foi aplicada solução retardadora de chamas?

...partimos do presuposto que as coisas só acontecem com os outros, isso faz de nós passivos e, o que é pior, menos exigentes. =(

Não conheço o lugar, tão pouco sei se alí existia ou não um projeto da algum colega... Mas sempre que assisto a acidentes faço uma reflexão, uma auto-critica voltada ao aprimoramento do meu trabalho.
Tantas vezes, nós arquitetos, ao faazermos projetos comerciais/residencias, nos chateamos com alguns embargos da legislação... as vezes é um espaço que se perde ou um layout que estava legal e tem que ser mudado... enfim, muito pouco perto das proporções que um simples acidente pode tomar.


O traço do arquiteto deve estar sempre carregado, acima de tudo, de muita responsabilidade.
Sermos seres também tecnicos, conhecedores das legislações de segurança, para poder aplcá-las na hora de projetar e também trabalhar junto ao cliente no sentido de conscientizá-los quanto a importancia de segui-las, é o minimo que podemos fazer à favor da sociedade.
Temos também obrigação de estudar e pesquisar nos atualizar sobre as inovações tecnológicas, tanto para o combate, como para prevenção de acidentes, e quando digo acidente... falo também dos corriqueiros - os domésticos, principalmente para resguardar crianças.

Nesse caso, a simples especificação de um material não inflamavel para o fôrro da boate, somada a existência de uma saída de emergência, como dita a lei, teria minimizado ou até evitado todo esse estrago.

Não contratar um bom profissional, que não só respeite as leis de segurança, mas saiba usá-las, pode ser um daqueles "barato que sai caro"... (e nem estou querendo dizer que essa pessoas sou eu, até pq ainda tenho muita, mas muuuuita, coisa para aprender - só me garanto na boa vontade..)

Lidar com público é uma ciência seríssima... e no caso de errar, nem sempre há segunda chance.

Brenda Rolim
com todo meu respeito as famílias das vitima e indignação aos orgãos regulamentadores e fiscalizadores que deveriam nos proteger disso tudo!

*imagens Folha de São Paulo

Um comentário:

  1. Achei muito pertinente esse seu post, Brenda.
    O primeiro pensamento que me veio à cabeça quando soube dessa tragédia, foi que com certeza esse local não devia atender às normas técnicas dos Bombeiros.
    O segundo pensamento foi do quanto estamos expostos à situações como essas no nosso dia-a-dia, não só em festa, mas em todos os locais com maiores aglomerações. Acredito que as pessoas se sensibilizaram mais ainda, por que todos podemos nos relacionar com uma situação como esta.

    Mariana Gomes

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